Monday, September 24, 2007

Trabalho de parto


Os familiares de uma mulher de 35 anos acusam a Maternidade Alfredo da Costa de negligência, por falta de assistência hospitalar. A parturiente morreu, depois de ter entrado em trabalho de parto.
SIC mais ....

Se esta Mulher, esta Mãe de dois outros filhos que deixa orfã uma menina recém - nascida tiver tido tanta assistência como a minha filha teve não me espanta que tivesse morrido .

A bebé tinha mais de quatro kilos, a mulher estava há dois dias com dores, o marido conta que não havia enfermeiros por perto... por acaso não há exames para se fazer? assistência para minorar o sofrimento?

ou é só dizer à parturiente o eterno "agora é que te dói, quando o fizéste não te doeu" como se ouve nas maternidades, como eu ouvi dizer não para mim mas para outra que estava em pleno parto e que em resposta deu uma dentada na enfermeira e por sinal já tinha mais duas crias ...?


15 comments:

125_azul said...

Que desgraça! Eu não me queixo da MAC, fui sempre uma parturiente difícil, cheia de complicações pré e pós-parto e tive sempre excelente atendimento. Mas é por estas e por outras que estou a recomendar alternativas lá no 125... Beijinhos e melhoras da miúda crescida

Marian - Lisboa - Portugal said...

parece que foi de "trombo-embolismo maciço"... palavras da medica que prestou declaraçoes...
Acho é que dá vontade de ter um "trombo-embolismo maciço" só de saber que alguem esteve 2 dias a contorcer-se de dores insuportáveis(se calhar artificialmente intensificadas c/ administração de oxitina) e provavelmente sem se alimentar, sem descanso... sem apoio, sem assistencia, sem medicaçao p/ diminuir dores, rodeada de estranhos indiferentes e quantas vezes cinicos...
acho inaceitavel isso acontecer!
nao estamos na idade média -mas parece.
ditos de enfermeiras desse nivel tambem sao inaceitaveis, por qualquer profissional que se auto-respeite...
mas assim são (com algumas honrosas excepçoes) os serviços publicos das maternidades
e ninguem se revolta? tudo se aguenta?
Bem, abençoadas as que se revoltam como a que descreveste e como uma mulher negra que eu sei: de poderosos pulmoes na hora da expulsão berrou que queria parir sentada e que tinhas todo o direito fazê-lo! toca a cantar a plenos pulmoes uma melopeia altissima africana. Como as paredes quase vinham abaixo e ela nao se calava, pelo contrario! 'negociaram' uma cantoria mais baixa a troco de a deixarem adoptar a posiçao que muitissimo bem entendesse
consegiu tudo que quis e teve um parto rapido controlado por ela
(acho que as medicas e enfermeiras piaram baixinho e parecia que estavam com medo de levar um pontapé dela... :-)

greentea said...

125
por sinal tb fui uma grávida de alto risco mas de parto normalissimo sem complicações - mas a maternidade foi outra e não tenho razão de queixa pessoal; mas vi muita coisa à minha volta!!

greentea said...

marian

fosse o aue fosse...
não se fazem ultrasons, ecografias, electrocardiogramas, e até uns outros que se fazem na altura do parto e não sei o nome.
Não se sabia que o bebé era grande e que não podia sair pelo mesmo sitio que os outros? não podia estar atravessado e ser impossivel fazer um parto normal? quantas mães depois de um primeiro ou segundo parto não têm de passar pela cesariana?

poramordedeus, até a minha cadela ao terceiro parto teve de ir para a cesariana e fui eu que a levei para o vet ao fim de um dia de a ouvir ofegante com contracções e sem expulsar nada.
E salvei a cadela e os meninos!
E não se salva uma Mãe que tem dois filhos? E deixa-se sem mãe uma bebé recém-nascida? E um pai sem a Mulher ?

Por tudo isso tb a taxa de natalidade baixou e muitas mulheres têm medo do parto, qd de facto já não estamos na Idade Média, qd há tanto conhecimento cientifico, tantos meios e qd se pretende incentivar o número de nascimentos !
Mas decerto não será com os métodos actuais.
Que venham novas marés!!e se faça justiça que a saúde anda muito doente...

Hindy said...

Vergonhoso!

Boa semana e beijinho hindyado

greentea said...

é vergonhoso, sem dúvida, no mínimo


bjs parati

Pitanga Doce said...

GREENTEA, a medicina mudou. Exames laboratoriais, máquinas de ressonância, monitoramento cardíaco, ecografias...está tudo aí. Falta quem os saiba e queira usar. É mais fácil falar dos baixos salários e da falta de condições do que humanizar o atendimento. Quem quer ficar rico, não vai para médico ou professor. E todos sabem disto. Então, se escolhem a profissão sabem o que os espera. Às vezes segurar a mão do paciente e olhar para ele como um igual, vale mais do que o mais caro dos fármacos.
Uma vez levei o meu mais velho à emergência, quando ele ainda não havia operado o nariz e tinha fortíssimas dores de cabeça. Estava lá ao lado, separada por um biombo, uma jovem à espera de remoção para o CTI. Estava em fase terminal. E eu vi o médico, jovem como ela e o meu filho, lhe passar a mão pela testa e lhe perguntar se ela ainda se lembrava do nome. Ela lhe agarrou a mão e disse; meu nome é Tânia, obrigada.

Um toque, apenas um toque e faz toda a diferença. Se ela se foi? Provavelmente, mas teve carinho e respeito até o fim.

beijos carinhosos e que um dia tudo possa mudar.

Maria said...

Cada uma tem a sua experiência. Há muitos anos eu fui de "charola" para a MAC, com 4 dedos de dilatação, e quando cheguei lá, depois de esperar para ser observada (e tinha-me preparado para parir, se é que me entendem, na altura era assim) e depois de ver o que estava à minha volta, o trabalho de parto parou. Simplesmente. Parei o trabalho de parto. Tal foi o "cagaço"....
Mas isto foi há muitos anos...... e continua a ser uma vergonha...

Beijinhos

Maria said...

Esqueci-me de dizer que saí da MAC, fui para a Bensaúde, e em 15 minutos o puto estava cá fora....

amigona avó e a neta princesa said...

Falta a humanização...otal toque que faz a diferença...beijo amiga...

greentea said...

pitanga

pois ...o toque faz sem dúvida toda a diferença!
Há anos , o meu marido foi operado ao nariz. Foi pelo seu pé, deixando um até logo sorridente, crendo que voltaria pela tarde.
A operação durou toda a tarde, já não sabia o que pensar e qd me deixaram entrar na sala do recobro estava ligado às máquinas, sob o efeito da anestesia, rosto desfigurada e manchado pelo sangue q ainda escorria.
Senti as pernas a tremer e a vista a turvar-se e ia sair.
A enfermeira chamou-me e disse-me para falar com ele. E ali fiquei, agarrando sua mão , fazendo-lhe crer que estava tudo bem e logo iria para casa.
Foi... mas ao fim de três longos dias !

greentea said...

maria

acredito que muita gente "bloqueie".
Fui uma grávida de alto risco, tinha 50% de probabilidades de fazer cesariana, tinha tb alta probabilidade de ter um bebé que necessitasse de cuidados intensivos à nascença e por tudo isso o meu médico me aconselhou a Maternidade pública , onde ele tb fazia consulta.Se houvesse um problema , os hospitais e clinicas privadas não estão apetrechados para acudir ao bebé e este tem de ser transferido para a Mac ou para D. Estefanea...
Comigo correu tudo maravilhosamente e não tenho a minima razão de queixa, muito embora as instalações não fossem cinco estrelas; mas o tratamento foi excelente, bem como a assistencia pós -parto.

greentea said...

amigona

pois ...esse toque é fundamental!

para qualquer doente.
Fiquei a pensar depois desta experiencia , porque não existe um serviço de voluntariado nestes hospitais - essa tal mão amiga que dá um conselho, um sorriso, vai buscar uma garrafa de água ou um bolo de arroz enquanto se espera o resultado das análises ou se aguarda o Raio X?
Já que as familias por vezes estorvam com a sua ansiedade, já que muitos doente estão sozinhos, porque não existir voluntariado com formação especifica para estes casos?

Tita Dom said...

Fiquei sem forças...

Rute said...

É uma vergonha estes casos ainda acontecerem, com tanta coisa que há hoje em dia..