Saturday, March 12, 2016

Sashiko, o Museu do Oriente e o Palácio de Belém

O dia começou com um sol e uma temperatura deliciosos. Tinha -me inscrito num workshop no Museu do Oriente : Sashiko ou Alinhavos para bordar. Achei uma delicia, não só uma técnica muito interessante para ligação e decoração de tecidos mas também com ligações ancestrais  ao budismo. Há vários niveis de execução e decerto voltarei nos próximos.  A manhã passou célere a realizar um pequeno trabalho nesta arte.

Entretanto soubemos que o Palácio de Belém abria as portas  a quem o quisesse visitar. Já em tempos tentara  mas não cheguei a entrar e muito menos a ouvir o concerto. Hoje foi diferente. A fila era enorme mas ao fim de uma meia hora entrámos  sem problemas.
O pato nadava tranquilamente, absorto da multidão à sua volta, preocupado em gozar o sol e o dia primaveril.

A banda tocava para os visitantes  ao estilo de Glen Miller com composições  bem nacionais.

 O novo Presidente circulava por ali, calmamente, conversando com este e aquele, com a maior simplicidade e à vontade. Parece que se abriu um novo ciclo  na vida dos portugueses.
 Os repuxos produziam lindos efeitos, a água gotejando ao sol radioso.
Mas era tempo de voltar ao mundo exterior, de sair do Palácio e de regressar a casa. Foi um dia bem agradável, comprovando que mesmo em vésperas de mais uma cirurgia, é possível  manter a boa disposição e o ânimo, aproveitar cada momento que a vida tem para nos dar, sem derrotismos nem visões negativas. Quando estiver para entrar no Bloco e antes de adormecer com a anestesia, recordarei todos estes momentos que me trarão um despertar maravilhoso!

Friday, March 4, 2016

Fuga de gás

Paulo vai todas as noites dar uma volta com a sua cadela, como é usual os donos dos cães fazerem antes de dormir.
Ao regressar a casa sentiu um forte cheiro a gás no patamar do quarto andar onde mora. Alertou a mulher mas dentro de casa tudo estava normal, a filha de três anos dormia tranquilamente, os gatos também. Mariana decidiu descer ao primeiro piso e contactar o administrador do prédio que chamou o piquete de urgência. Passava das dez e meia da noite e nenhum dos outros dois inquilinos do quarto andar abriu a porta.
Chegou o piquete, fez as diligências necessárias e com aparelhos próprios detetaram que a fuga vinha do quarto esquerdo, onde mora uma senhora sozinha e um gato. Bateram de novo à porta. Nada, nem um sinal. 
Vieram de novo falar com o administrador pois nestes casos é necessário chamar a policia e os bombeiros. Temeu-se o pior que a senhora estaria já desmaiada, inconsciente e por isso não abria a porta. Tinha o carro estacionado o que não significava que estivesse em casa. Mas pelo menos o gato estaria lá dentro e a fuga de gás envolvia o prédio todo não apenas o apartamento onde se localizava. 
Voltou-se a tocar à porta com insistência, três, quatro vezes...
Por fim , respondeu incomodada por lhe terem tirado o sono. A senhora tem uma fuga de gás em casa, vai aí o piquete para resolver o assunto, não se assuste -disseram-lhe.
Efectivamente, deixara um bico do fogão aberto e a casa tresandava a gás. Mas a bela senhora desvalorizou o assunto e nem sequer agradeceu terem-lhe salvo a vida (e o andar). Ora , incomodarem-na àquela hora tardia por uma coisa de somenos importancia. Um simples bico de gás aberto que se calhar até teria sido o gato ...francamente !
O piquete passou o prédio em revista, fez um teste para despiste de gás, para segurança de todos. Quando sairam dali já passava da meia-noite deixando tudo em ordem. Só o administrador ainda estava a pé, não fosse preciso mais alguma coisa . Mal tinha acabado de adormecer, o telefone volta a tocar faltava pouco para a uma da manhã. Era da empresa do gás a saber se tinha corrido tudo bem , se os Técnicos tinham tido um  bom desempenho. Claro que sim , tudo correu bem mas não fosse o facto de Paulo sair à rua com a cadela ninguém daria conta  da fuga de gás .
 Um cão é sempre uma benção .
Na manhã seguinte, cruzaram-se com a dita inquilina do quarto esquerdo que apenas voltou a desvalorizar o assunto, sem um qualquer agradecimento ou desculpas pelo incómodo que causou.