Monday, September 15, 2008

O traje académico



PARA AS MULHERES deve ser constituído por:
- sapato preto, de modelo simples, com tacão pequeno;
- meia alta, preta;
- fato saia e casaco, preto e de modelo simples;
- o casaco não pode ter golas de seda ou pele;
- a saia não pode ser rodada e deve usar-se pelo meio do joelho;
- camisa branca;
- gravata preta lisa;
- capa preta.
- o uso do gorro da praxe é proibido às mulheres;
- é proibido o uso de maquilhagem;
- não havendo proibição formal acerca do uso de brincos, aconselha-se sejam discretos, clássicos e não sejam pendentes;
Quer saber como surgiu o Traje Feminino? Visite a página O Porto e a Praxe, na secção Praxe Académica.

PARA AMBOS
a) Em tempos normais É proibido o uso de luvas, pulseiras, colares, anéis e outros adornos ou sinais externos de vaidade ou riqueza. É permitido, contudo, o uso de aliança de casamento ou de compromisso.
Não é proibido o uso de relógio de pulso, mas este tem de ser clássico, discreto e sem brilhos.
É proibido o uso de telemóvel visível. Quem não quiser prescindir dele deve guardá-lo num dos bolsos, por exemplo.
É proibido o uso de boina.
Só é permitido o uso de guarda-chuva se este for preto, liso, com cabo de madeira e possuir doze varas.
Os pins não são proibidos, ou pelo menos não existe nenhuma proibição formal quanto ao seu uso, mas devem usar-se na lapela esquerda. De forma a evitar as inestéticas «vitrinas», aconselha-se fortemente o uso de um único pin: o da instituição ou o do curso, por exemplo.
A roupa interior e os bolsos não estão sujeitos a revista.
Devem retirar-se todas as etiquetas do traje.
Devem retirar-se os colchetes e todo e qualquer tipo de abotoadura da capa.
A Capa nunca se lava. Lavá-la é apagar e renunciar todas as recordações da vida de estudante. Além disso, “dá azar”, dizem os supersticiosos.
A Capa não se deve encontrar a uma distância superior a sete passos do seu proprietário.
A Capa pode usar-se dobrada sobre o ombro esquerdo com a gola para trás ou sobre os ombros, com um número de dobras na gola correspondente ao ano frequentado e com os distintivos virados para dentro.
Os caloiros devem usar a Capa dobrada no braço esquerdo, sendo-lhes vedado traçá-la, fazer-lhe rasgões ou colocar-lhe emblemas e/ou insígnias pessoais. Contudo, após o cair da noite, devem colocá-la sobre os ombros e segurá-la junto ao colarinho de modo a que não se veja o branco da camisa.
Podem colocar-se emblemas e insígnias pessoais na Capa na parte interior esquerda. Estes devem ser cosidos manualmente com linha preta em ponto cruz e esta não deve passar para o lado exterior da capa. Não se espeta metal na Capa.
A soma dos emblemas da Capa tem de ser ímpar.
Os distintivos da Capa não podem ser visíveis estando esta traçada ou sobre os ombros.
Podem fazer-se rasgões na capa, cada um simbolizando um momento importante da vida do estudante. Todos os rasgões devem ser feitos com os dentes. Coser os rasgões é facultativo, mas deve fazer-se com linha preta ou da cor do curso, em ponto cruz.
A Capa traça-se sempre sobre o ombro esquerdo.
O uso do traje académico implica o respeito e cumprimento de certas regras. Deste modo, a Capa deve usar-se caída pelos ombros e sem dobras nas aulas teóricas em que o professor é catedrático (podendo retirá-la com a autorização do professor), em sinal de respeito pela pessoa com quem se está a falar ou a acompanhar, e em sinal de respeito pelo local onde se está (igreja, catedral, cerimónia académica, etc.) Nestas ocasiões, a Batina deverá encontrar-se sempre abotoada.
Por vezes, quando se pretende homenagear alguém, coloca-se-lhe uma capa caída pelos ombros.
Só em ocasiões muito especiais é que se colocam as capas estendidas no chão para que o homenageado possa passar por cima delas. Esta é a maior homenagem académica que se pode fazer a alguém.
b) Em cerimónias especiais
Deve usar-se a Batina abotoada e a Capa estendida ao longo do corpo, com as respectivas dobras. Em situação de dança, e por uma questão de mera comodidade, poder-se-á dançar sem Capa, se a dama assim o permitir.
c) Na missa
Deve usar-se a Batina abotoada e a Capa estendida ao longo do corpo, sem dobras. Nunca se traça a Capa durante uma cerimónia religiosa.
d) Durante o luto
Em caso de luto, a Batina deve apresentar as abas fechadas, encontrando-se a Capa caída pelos ombros, sem dobras.
e) No fado e nas serenatas
Todos os estudantes presentes devem ter as capas traçadas, evitando que se veja o branco do colarinho e dos punhos. Nas serenatas nunca se batem palmas. Caloiro não traça a Capa, mas deve-a unir e apertar junto ao pescoço, segurando-a de modo a que não se veja o branco do colarinho.
d) Nos Cortejos da Queima das Fitas
Os Cartolados devem cobrir as lapelas da Batina com bandas de cetim da cor do curso a que pertencem. As abas devem ser arredondadas, dobrando e cosendo as duas pontas inferiores, dando um aspecto de fraque. A cartola e o laço ou a roseta, no caso das mulheres, devem ser da(s) cor(es) do(s) curso(s). A roseta usa-se no bolso exterior esquerdo superior do casaco. Não se leva a Capa estando de cartola e bengala.
Estas regras relativas ao uso do Traje Académico foram retiradas, na maioria, de documentos escritos, mas algumas foram compiladas a partir da tradição oral. Assim, um grupo muitíssimo reduzido destas regras podem variar de instituição para instituição.

8 comments:

Hands of Time said...

Ai que boas memórias me proporcionaste :D

Justine said...

Isto é um curso completo sobre traje académico:))
Obrigada, fiquei a saber o que não sabia!

Pitanga Doce said...

E é uma emoção vê-los assim com eles vestidos.

beijos Greentea

Pitanga Doce said...

Só falta aqui umas guitarradas. Ó céus!

Violeta said...

e eu que usei~um traje tão fora do tradicional no dia da benção das fitas.
Saia e casacos pretos que já tinha de casamentos e batizados...pedi a capa emprestada e pronto.
Esse foi mais um dos dias que estive sozinha, ninguém para partilhar. Terminou a benção, não havia ninguém para partilhar. OS amigos tinham os familiares para almoçar eu vim para casa. 2 cursos a mesma realidade, por isso a realidade académica diz-me pouco.
Um bj e feliz dia

greentea said...

no meu curso e na minha época não havia benção das fitas nem o traje era permitido aqui por Lisboa ...outros tempos, em que a realidade era bem outra...nunca tive praxes nem madrinhas nem fitas que por sinal eram vermelhas e talvez por isso o então Ministro da Educação impeddisse as praxes. Para além disso , as nossas instalações estiveram muito tempo encerradas, com a Policia de Choque à porta nas suas carrinhas blindadas, depois de um estudante ter lá sido assassinado num dos anfiteatros pela PIDE

Tempos e memórias que não consigo esquecer!

Espaço do João said...

Agora são praxes da praxe. Muitas delas são tão aberrantes que não deveriam ser permitidas.Cenas tristes, bebedeiras a mais, falta de respeito pelo próximo, etc etc etc.

J.Pierre Silva said...

Só os pins é que não deviam constar da lapela!