D. João I, em 20 de Agosto de 1385, logo após a Batalha de Aljubarrota, entrega, por doação, a Vila de Colares ao Contestável D. Nuno Álvares Pereira. D. Manuel I, que atribuiu o Foral a Colares em 10 de Novembro de 1516, aumentou os privilégios que gozavam os agricultores da região. O que deu novo impulso à vinha. Nos documentos comprovativos o aviamento e carregamento das naus que se destinavam à Índia, nota-se que o vinho de Colares era um dos preferidos. Por esta altura, na Crónica do Imperador Clarimundo (1520), D. João de Barros faz larga referência aos frutos do vale do Rio das Maçãs e, nomeadamente, ao vinho de Colares. Estes elementos que vimos anotando, apenas corroboram a tradicional afirmação que desde o séc. XIII, tem carta de nobreza o afamado Ramisco de Colares. Vê-se, assim, que desde o século XIII, o vinho de Colares tem carta de nobreza, sendo levado frequentemente às mesas reais. Em 1865, os vinhais do país foram, em grande parte, devastados pela filoxera. Mas os vinhais de Colares ficaram incólumes, para o que muito contribuíram as condições dos terrenos arenosos, em que o terrível insecto não encontrou modo de penetrar. Por isso, a categoria do vinho de Colares impôs-se, fazendo dele o primeiro vinho de mesa nacional.
O Vinho e a Vinha
As vinhas desta região, situadas próximo do mar e sujeitas aos ventos marítimos muito fortes, são protegidas por paliçadas de canas, conferindo um aspecto muito especial a esta paisagem vinícola. Colares, pela sua natureza geológica, divide-se em duas sub-zonas: "chão de areia" (região das dunas) e "chão rijo" (solos calcários, pardos de margas ou afins).As características únicas do vinho de Colares devem-se às castas, solo e clima temperado e húmido no Verão e, ainda, ao facto de 80% da vinha estar instalada em "chão de areia", respeitando a prática tradicional de "unhar" a vara de "pé franco" no estrato subjacente à camada de areia.
O vinho de Colares só atinge a sua máxima qualidade passados vários anos, embora o estágio mínimo seja de 18 meses. Dado o longo estágio a que o vinho é obrigado, a comercialização é muito limitada, podendo a região de Colares tornar-se uma espécie de santuário para os conhecedores deste vinho.
A Região Demarcada
Colares, reclinada sobre duas colinas da Serra de Sintra, é região demarcada desde 1908.
A carta de Lei de 1908 reconhecendo Colares como vinho de tipo regional, foi o diploma que criou a região demarcada, património de elevado grau de raridade, senão único, em todo o mundo vitícola.
A região está confinada a uma zona de terrenos de areia solta da era terciária, assente sobre uma zona argilosa do cretáceo, que em tempos recuados se admite ter sido pertença do mar e onde as videiras desenvolvem as suas raízes.
A área geográfica correspondente à Denominação de Origem "Colares" compreende as freguesias de Colares, São Martinho e São João das Lampas. mais...
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