Então, na praia rumorosa, só das ondas próprias ou do vento que passava alto, entregava-me a uma nova especie de sonhos - coisas informes e suaves, maravilhas de impressão profunda, sem imagens, sem emoções, limpas como o céu e as águas... tremulamente de um azul obliquo ao longe, esverdeando na chegada com transparencias de outros tons verde-sujos...congregando em si todas as ressacas, os regressos à liberdade da origem, as saudades divinas, as memorias...
Bernardo Soares - O Livro do Desassossego (1931?)
Podia ser na Praia da Aguda, entre Magoito e as Azenhas do Mar, embora poucos se aventurem a descer por aquela escada tosca, de chão lamacento onde brotam as nascentes e onde é possível encontrar avencas, que crescem espontaneamente.
Tal como os sonhos !
6 comments:
Linda não é?
Passei lá belos dias de tranquilidade, longe dos mares de gente das outras praias ali tão ao lado.
Beijos.
Penso que já lá estive com a família.
É linda mesmo.
E a praia faz-me sonhar, coisa que não consigo noutros lados.
Beijocas.
hum... a Praia Pequena...ensandwichada entre a Praia Grande e a das Maçãs... Penso que já nem deve existir, mas passei lá os Verões da minha infância.
Era um paraiso e uma aventura porque tinhamos de voltar antes da maré encher, caso contrário, deixava de haver passagem!
Nunca vou esquecer o dia em que passou um grupo de golfinhos, muito, muito ao fundo e que fizeram de mim a menina mais feliz do mundo todo...Nem acredito os anos que já passaram desde aí...
Que belleza!
Para soñar.
Beijos
Não está como eu queria... mas prometo que vou beber agora um copo de leite, apagar os olhos que me ardem... e dormir pelo menos em paz... Beijo e obrigado
Não resisto a comentar aqui, mais atrás. Neste bocadinho de sonho que mostras pelos teus olhos. Conheci-a ano passado, tem um verso encantador, em azulejo, no muro. E toda ela é distância, pura, planar almas... Um beijinho, tinha saudades de me sentar aqui, com chá e conselhos.
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