Wednesday, March 24, 2010

Gingko Biloba




Há dias atrás , num passeio pelo Jardim Botanico em Belém , encontrei sementes de Gingko Biloba. Apanhei-as e trouxe-as com cuidado para casa.


Mantive-as em ambiente humedecido e dentro de casa. Começaram a germinar e hoje, com sol e temperatura amena transplantei-as para um vaso com terra, ficando a aguardar os resultados.
Ginkgo Biloba
História
Na Farmacopeia tradicional Chinesa, a fruta seca (Yin Xing) e a folha (Yin Xing Ye) do Ginkgo eram usadas principalmente para tratar problemas como asma e catarro.(1) Na América, o Ginkgo tornou-se popular depois de vários estudos que demonstraram o seu efeito sobre a demência (Alzheimer) e a perda de memória associada a arteriosclerose.
A árvore do Ginkgo é a única representante do género ginkgo que surgiu por volta da era dos dinossauros. Por esta razão também é conhecida como um “fóssil vivo”. Há 150 milhões de anos atrás, o ginkgo era encontrado por toda a Europa, vindo a desaparecer durante a Era Glaciar. O único tipo de Ginkgo que resistiu foi o Ginkgo biloba, na região sudoeste da China, onde era cultivado e adorado como a “árvore do conhecimento”. Na medicina tradicional Chinesa, as sementes de Ginkgo eram consideradas um remédio altamente valioso para a tuberculose, devido às suas propriedades antibióticas. O Ginkgo foi também administrado como um expectorante, um sedativo, digestivo e anti-helmíntico (para expelir vermes). A árvore foi levada da China e introduzida na Coreia e Japão onde era frequentemente plantada perto dos templos. Em 1712 o Ginkgo foi descrito pelo médico e naturalista alemão, Engelbert Kämpfer, que estudou a árvore durante os dois anos em que residiu no Japão. A primeira árvore de Ginkgo foi plantada na Europa por volta de 1730 nos jardins botânicos em Utrecht. O Ginkgo tornou-se imensamente popular desde então.

Hoje, o Ginkgo pode ser encontrado por todo o mundo e é apreciado tanto pela sua beleza como pela sua resistência a poluição do ar e insectos. Infelizmente, a árvore macho é mais cultivada do que a fêmea, uma vez que as sementes maduras da árvore fêmea exalam um odor intenso e desagradável.
O Ginkgo recebeu seu nome botânico, Ginkgo biloba, pelo botânico Carl von Linné em 1771. A sua escolha foi fundamentada no nome que Engelbert Kämpfer escolheu. O nome Japonês para a árvore é ICHÔ (pronunciado Ichú) ou ICHÔ NO KI (árvore Ichô) e as nozes valiosas são conhecidas como GINNAN. As características da árvore assim como dos frutos foram descritas assim:

O primeiro símbolo é pronunciado GIN e significa “prata”. É composto dos caracteres para “ouro, amarelo, metal” e “bom”. O segundo caracter compreende os caracteres para “árvore” e “boca” e é pronunciada ANZU, que significa “alperce”. As nozes do Ginkgo são utilizadas na preparação de vários pratos da culinária tradicional Japonesa. Assadas ou levemente salteadas, tem um aroma suave e ligeiramente amargo e faz um excelente acompanhamento ao sake ou à cerveja.


Habitat
Há grandes áreas na China, Japão e Coreia onde o Ginkgo ocorre naturalmente; é também cultivado em plantações na Europa.

Acções e farmacologia
O Ginkgo é conhecido pelas suas propriedades como vasodilatador, antioxidante, neuroprotector e inibidor do PAF (platelet-activating factor / factor activador de plaquetas). O extracto de Ginkgo promove o aumento do fluxo sanguíneo às extremidades, o que explica a sua utilidade nas doenças oclusivas vasculares, tal como a claudicação intermitente (doença de Raynaud). O mesmo mecanismo de acção poderia explicar os seus efeitos na memória e faculdades mentais. Esta actividade vasodilatadora aumenta com a idade, promovendo uma óptima acção sobre a arteriosclerose e o fluxo sanguíneo nos pacientes idosos. Em pacientes jovens nos quais as artérias ainda preservam a sua elasticidade, o Ginkgo tem um efeito reduzido sobre as faculdades mentais.
O Ginkgo é um poderoso antioxidante, tão eficaz quanto o extracto da graínha de uva.(2)
Um estudo in vitro conduzido na Universidade McGill em Montreal demonstrou a capacidade de um extracto de Ginkgo para proteger os neurónios da acção de conhecidas substancias neurotóxicas. Esta capacidade foi confirmada em numerosos estudos in vitro e clínicos.(4)
O Ginkgo inibe o PAF (platelet-activating factor / factor activador de plaquetas), o qual está envolvido no aspecto inflamatório da asma. Esta actividade explica o seu uso na medicina tradicional Chinesa para tratar a asma(3) assim como a sua acção na coagulação sanguínea (através da reducção da agregação plaquetária, fluidificando o sangue).
A Comissão E Alemã reconheceu os seus benefícios nos casos de:

tratamento sintomático da síndrome orgânica do cérebro e da síndrome de demência com os seguintes sintomas: deficites de memória, distúrbios na concentração, condição emocional depressiva, tontura, zumbido e dor de cabeça.

Na claudicação intermitente e nos casos de vertigem e zumbidos no ouvido, de origem vascular.

O extracto de Ginkgo deve conter todos os componentes para ter a eficácia desejada: flavonóides (frequentemente chamados ginkgolidos ou bilobidos), terpenos, carotenos, etc.

Estudos científicos
Um estudo clínico randomizado, duplamente cego avaliou a eficácia do extracto de Ginkgo em 241 pacientes entre os 55-85 anos. Os pacientes foram distribuídos em 3 grupos de tratamento, cada um recebendo 20 gotas 3 vezes por dia (dose recomendada), 40 gotas 3 vezes por dia ou um placebo, durante um período de 6 meses. Os indivíduos dos dois grupos que receberam o extracto de Ginkgo tiveram uma melhora objectiva e subjectiva (analisado por três testes diferentes) da sua função cerebral quando comparado com o placebo. A diferença entre os dois grupos que receberam o extracto de Ginkgo foi insignificante. Os autores concluíram: “O extracto de Ginkgo é capaz de melhorar a função cerebral e demonstrou ser muito bem indicado para o tratamento dos problemas de memória relacionados com a idade. (…) para esta droga, a dose de 20 gotas, 3 vezes ao dia deve ser considerada a ideal para tratamento de longo prazo.”(5)

Precauções, contra-indicações e interacções
Contra-indicação: alergia conhecida ao Ginkgo Biloba.
O Ginkgo interage com anticoagulantes (Coumandina) e agentes anti inflamatórios (aspirina).
Associar o Ginkgo a estas drogas pode aumentar o risco de hemorragia.
Alguns efeitos colaterais passageiros foram mencionados dependendo da dosagem e formulação: náusea, dores abdominais, vertigem, dor de cabeça, fadiga e sangramento nasal. Todos estes efeitos cessam ao parar ou reduzir a dosagem da planta.
É largamente recomendado a pessoas com problemas de coagulação (flebites, etc). Consulte um profissional de saúde antes de tomar o extracto de Ginkgo. mais...

No comments: