Outubro de 1911
Que esforços sobre-humanos eu fiz, Meu Deus, para que ao separarmo-nos não me deslizassem pela face as lágrimas, esse mar de dores cuja profundidade não é dado sondar ao pensamento.
Assomando-me aos olhos naquele instante, e não podendo banhar-me o semblante, evaporaram-se no ar, e, como disse Dante, o grande pintor de todas as dores humanas, granizaram sobre o meu pobre coração. A minha alma foi magra e forte e ergueu-se tenaz contra o peso que queria esmagá-la e a imensa dor, que então senti , disse-me quanto te quero, quanto te amo e … cri em mim próprio e no futuro.
Li e reli o teu Diário, ou antes o teu conto de amor, verdadeiro queixume de um coração namorado e enfermo, que possui o sentimento, essa fonte infinita de inspiração e de vida.
Os seus trechos têm secretos encantos , inexplicáveis harmonias; são suaves gorjeios, assentos cheios de tristeza, emoções de uma alma acesa em amor.
Se eu tivesse feito o meu, verias como as nossas lágrimas se confundiam, chorando quando tu choravas, pois fui teu comensal constante no tanque dos sofrimentos e tristezas.
Sofri também muito, juro-te, nesta tormentosa paixão, mas preferi sempre o padecimento ao gelo da indiferença que sempre me mostravas , e assim o amor enchia-me o espírito como a atmosfera e sorria-me como o sol na inteligência.
Mas hoje através dos seus raios minha alma vê o mundo e adivinha o céu e a vida vai decerto correr-me como fonte murmurante límpida, que faz brotar flores e retratar nos seus cristais o azul do céu.
Que enorme sacrifício, um dos maiores da minha vida, o inutilizar essas tuas páginas de lágrimas ardentes, de suspiros sufocados, de horas de tristeza, de infinita dúvida, de receios e sustos, de tudo quanto de triste e lastimoso dá de si o amor!
Mas tu assim o quiseste e eu sei sempre cumprir o que prometo. Não te inquietes, o meu pensamento não te deixará um instante. Escuta-me, obedece-me, cumpre o que me prometeste, trata de ti, sossega e descansa.
Um beijo do teu…
Que esforços sobre-humanos eu fiz, Meu Deus, para que ao separarmo-nos não me deslizassem pela face as lágrimas, esse mar de dores cuja profundidade não é dado sondar ao pensamento.
Assomando-me aos olhos naquele instante, e não podendo banhar-me o semblante, evaporaram-se no ar, e, como disse Dante, o grande pintor de todas as dores humanas, granizaram sobre o meu pobre coração. A minha alma foi magra e forte e ergueu-se tenaz contra o peso que queria esmagá-la e a imensa dor, que então senti , disse-me quanto te quero, quanto te amo e … cri em mim próprio e no futuro.
Li e reli o teu Diário, ou antes o teu conto de amor, verdadeiro queixume de um coração namorado e enfermo, que possui o sentimento, essa fonte infinita de inspiração e de vida.
Os seus trechos têm secretos encantos , inexplicáveis harmonias; são suaves gorjeios, assentos cheios de tristeza, emoções de uma alma acesa em amor.
Se eu tivesse feito o meu, verias como as nossas lágrimas se confundiam, chorando quando tu choravas, pois fui teu comensal constante no tanque dos sofrimentos e tristezas.
Sofri também muito, juro-te, nesta tormentosa paixão, mas preferi sempre o padecimento ao gelo da indiferença que sempre me mostravas , e assim o amor enchia-me o espírito como a atmosfera e sorria-me como o sol na inteligência.
Mas hoje através dos seus raios minha alma vê o mundo e adivinha o céu e a vida vai decerto correr-me como fonte murmurante límpida, que faz brotar flores e retratar nos seus cristais o azul do céu.
Que enorme sacrifício, um dos maiores da minha vida, o inutilizar essas tuas páginas de lágrimas ardentes, de suspiros sufocados, de horas de tristeza, de infinita dúvida, de receios e sustos, de tudo quanto de triste e lastimoso dá de si o amor!
Mas tu assim o quiseste e eu sei sempre cumprir o que prometo. Não te inquietes, o meu pensamento não te deixará um instante. Escuta-me, obedece-me, cumpre o que me prometeste, trata de ti, sossega e descansa.
Um beijo do teu…
5 comments:
Já não se escrevem cartas assim! Aliás, já mal se escrevem cartas...e é uma pena.
Greentea, minha querida amiga, eu não sei o que dizer por diversas razões. Diversas e reais e um dia, quando o post for ao ar, vais entender o que digo.
beijos da Mila
justine
não se escrevem nem se dizam ...
estas foram escritas por alguém que verdadeiramente AMOU uma Mulher!
Mila
por vezes tb fico sem fala , mas como esta tenho um caderno cheio delas, escritas ao longo de vários anos - histórias de um AMOR que foi real.
Fico à espera do teu post
Post a Comment