Dos tempos da minha infância recordo a azáfama de verão em que as avós e as mães se dedicavam nesta época à confecção de doces , compotas e caldas, para aproveitamento da fruta e para utilização no Inverno. Qual arca frigorifica, qual doce a martelo, qual hipermercado onde tudo se venda a qualquer hora... qual o quê...
Ele era a calda de tomate que ficava sabiamente conservada durante meses, o doce de ginja, a geleia de cereja, a marmelada e até a uvada, feita pela D. Clementina.
Hoje não perdemos tempo com estas alquimias de outrora pois temos de tudo ao longo de todo o ano, mas ao visitar as Feiras Medievais ao ir até à aldeia onde nasceu meu marido, ao ver as árvores carregadas de frutos, o saudosismo desses tempos encheu-me a alma e considerei que nada melhor para homenagear a memória dos que as plantaram e cuidaram, que deitar mãos à obra.
Procurei nos livros, pesquisei na net, fui comprar garrafas e os produtos que me faltavam. Os resultados estão a começar a aparecer nas prateleiras: Licor de avelã, Licor de vinho, Licor de Folha de Figueira ou de caroço de pêssego, Licor de Rosas (as preferidas da minha sogra).
(Agradeço a colaboração da Pitanga, que me ajudou a "traduzir" alguns vocábulos das receitas brasileiras, como pinga que para nós é vinho mas para os brasileiros é cachaça; ou arranjar um equivalente do vinho de Palmeiras que decidi substituir por um moscatel licoroso...)
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12 comments:
Amiga, todos os anos me dedico a doces e compotas para o inverno. Até pêssegos e pêras em calda, entram no meu "menu".
Fica tudo delicioso e muito mais saudável.
continua que acabas por lhe tomar o gosto.
Beijos.
pandora
queres saber porque não os faço??
porque não os como!!
sou pouco , pouquissimo de doces e as minhas cunhadas fazem de sobra para o mano...
Aos licores já lhes acho graça qd vêm as noites de inverno!
eh eh eh !!!
beijinhos
E para quando é a prova? hehehehe
É que imagino que tenham que ficar um tempo a "macerar", ou coisa parecida, até tomarem o gosto...
Beijo, greentea
Oh minha querida pareces uma formiguinha a te preparares para o inverno. Quase posso sentir o perfume daqui. Espero que passes horas deliciosas á lareira (quando o inverno chegar) a saborear e a conviver com quem amas.
beijos e Pitanga Consultas sempre aberta! hehe
Nem imaginas as saudades que eu tenho de beber um licor! :-))
Jocas grandes, muito grandes.
Ai que saudades de quando a minha avó fazia marmelada (não com o meu avô) eeheheh! Eu rapava aquelas panelas com uma voracidade que recordo com saudade!
Agora estamos no tempo do Lidl, do Continente e do Jumbo, com produtos industriais que em nada se assemelham!
Um abraço infernal!
Pois, licores não é a minha especialidade, nem para beber.
Mas não devem faltar candidatos a umas boas doses, a avaliar pelos comentários acima. O aspecto, pelas fotografias é, apesar de tudo, muito tentador.
Haja quem tenha disposição para manter estas tradições.
Bj
António
recordo perfeitamente esses tempos como os descreveste, em castelo branco havia esse hábito, que saudades e pena de não os ter aproveitado melhor....ah e tal era jovem.
Yummi!
Beijinho hindyado
Não é que me fizeste saudades?!!! Acho que sou capaz de fazer o mesmo um dia destes!!! Bom domingo...
Olá
Dei com a tua excelente página aqui na internet e, ao ler sobre os licores me deparei com uma "tradução" mal traduzida! Trata-se da Pinga. A pinga não é e nada tem a ver com vinho. Pinga ou cachaça é o destilado do mosto fermentado da cana de açúcar, portanto, uma aguardente de cana.
Trata-se por "cachaça" a aguardente artesanal, e por "pinga" a aguardente industrializada que se compra aqui em qualquer botequim. Para os licores, tenho tido no entanto melhor resultado com o álcool de cereais.
Um abraço a vocês todos
Eliel
boas, a minha mãe também costuma fazer licores;) no entanto ela nao sabe fazer o de avelã, poderia me dar a receita?deixo o meu mail: n1ckydant3s@hotmail.com
beijinhos
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