Adorava comboios, para ele eram um simbolo da vida. Eu gostaria de ter viajado no seu compartimento. Mas ele nunca me quiz ali. Quiz que eu ficasse na gare , o que ele verdadeiramente queria era poder baixar a janela e pedir-me , a qualquer altura um conselho. E também queria que a gare acompanhasse o seu comboio quando ele partisse. Eu devia ficar na plataforma em movimento como um anjo, imóvel na plataforma do anjo, que deslizava precisamente à mesma velocidade do seu comboio.
E, no entanto, entre nós manteve-se um estado que eu só pouco a pouco, e muito mais tarde , acabei por perceber: ele não queria que eu me envolvesse na sua vida. Num determinado sentido, muito difícil de explicar, ele queria que eu me mantivesse de fora.
Comboio nocturno para Lisboa - Paul Mercier
Wednesday, May 8, 2013
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6 comments:
O comboio visto do lado de fora, tem outra história.
beijos menina.
pois ´´e Pitanga ...
nada de misturas , era o que ele queria
Fiquei curiosa!
Bjs
Belíssimo livro, que li de um fôlego!
Lilas
vale a pena ler até ao fim !!
justine
chegaste a ver o filme ? de facto tem muito pouco a ver com o livro, apenas algumas pequenas coisas coincidem , como tu dizias ...
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