Até aqui , nada de especial apesar do diagnóstico de cancro , dos efeitos colaterais da quimio e da radio e do stress que o uso do bendito saquinho provoca por muito natural que possa parecer. Os doentes oncológicos são isentos do pagamento de taxas moderadoras, depois de passarem uma Junta Médica e este material é fornecido gratuitamente através dos Postos de Saude e com receita do Médico de Familia.
Luisa teve sempre o material a tempo e horas, nunca teve de dispender um centimo com a sua aquisição, já lhe bastava a sua incapacidade, a frustração da doença, a ansiedade e o temor do cancro que contraira, as limitações com a alimentação e a despesa com as deslocações às consultas e tratamentos.
Recentemente, num exame de rotina, o cirurgião confirmou que a fistula nunca encerrara e seria preciso nova cirurgia para alterar a localização do saco - de iliostomia provisória passaria a colostomia definitiva, esta situada no final do intestino grosso para que fosse possivel fazer a digestão completa e a assimilação dos alimentos.
Foi internada, submeteu-se a essa cirurgia de alto risco e regressou a casa, para recuperar passados dez dias, sete dos quais sem comer nem beber, apenas soros e mais soros...
Pediu ao médico os comprovativos da nova situação , pediu novas receitas para o material e de acordo com a sua adaptação requisitou sacos de abertura fácil para os poder mudar e limpar sempre que necessário, tal como fazia quando tinha a iliostomia.
Por mais estranho que possa parecer, o pedido veio rejeitado com a indicação de que apenas os portadores de iliostomia podiam solicitar sacos de drenagem; os da colostomia eram forçados a usar sacos fechados para uma só utilização e que se deitam fora com o primeiro enchimento. Portanto, um processo mais dispendioso para a Administração Pública !
Que fazer, então ?
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