Saturday, September 22, 2012

OS POMBOS DE LISBOA

a tarde estava quente e eu tinha pressa
estacionei o carro debaixo de um viaduto , ali perto do Campo Grande, junto à Alameda das Linhas de Torres. O acesso não é dos melhores mas o parque é grátis e tem alguma sombra. Sabia que me demorava e a vida não está para pagar parquimetros a peso de ouro...
Desci a rua e vi a cara de espanto de um grupo de pessoas que passavam a meu lado : estava um pombo morto em cima do passeio. "Coitado" - pensei para mim, não resistiu ao calor , à fome , à sede.
E fui à minha vida, que a tarde estava toda ocupada.

No regresso, a mesma pressa, porque tinha horas, porque ia buscar a filha, porque queria evitar a horadeponta (se é que é possivel), porque queria chegar cedo a casa, porque...
Fui pelo outro passeio, do lado oposto, para subir uns degraus que dão acesso ao bendito estacionamento. Àquela hora já havia alguns lugares vagos, mas o espectáculo era tenebroso o chão ocupado pelos pombos caídos mortos, li mesmo. Fiquei sem palavras, a minha cabeça esvaiu-se, desviei o olhar, tive ainda mais pressa para saír dali.
Ao descer a rua, enquanto esperava no sinal vermelho, reparo num cartaz pregado no poste : "ANTI-POMBOS - Contacto 96xxxxxxx".

3 comments:

Justine said...

Vergonha! Que mundo feio, este...

greentea said...

há excesso de pombos em Lisboa, como há excesso de carros , como há excesso de pessoas. Há quem se preocupe com o ambiente mas há quem deite o lixo borda fora ou faça as necessidades em qualquer esquina e depois a brigada antipombos e deixa-os ali pelo chão, sob um calor intenso, as pessoas a passarem ao lado

© Piedade Araújo Sol (Pity) said...

factos!

gostei do poste e das fotos.

beij