Friday, August 29, 2008

O Muro do Derrete



Desde a fundação de Portugal que Sintra e as suas terras envolventes, com paisagens verdejantes, abundantes águas e belos palácios, foi escolhida como local de caça e de descanso da nobreza. Na primeira metade do século passado, com o fim da monarquia, foi procurada pelos novos-ricos. Banqueiros, comerciantes e artistas, construíram chalés, moradias e recuperaram palacetes antigos. Muitos deixaram de vez o bulício da capital e passaram a viver no campo.
Casa Museu Leal da Câmara – Rinchoa – Sintra (foto segundavida)
Assim pensou o artista Leal da Câmara, em 1930 comprou uma antiga cavalariça, que servia de entreposto de muda de cavalos, outrora propriedade do Marquês de Pombal, situada num dos caminhos da rota de Sintra, em Rinchoa. Restaurou-a, decorou-a a seu gosto, fazendo dela sua residência e ateliê. Aqui realizou grande parte da sua obra, retratando a vivência saloia das gentes da terra, na sua maioria camponeses e criados, que viviam dos trabalhos do campo.
Eram tantas as obras de arte que possuía, que transforma a sua casa em museu-ateliê. Veio a falecer em 1948, deixando vastíssima obra às gentes da terra, que poderá ser apreciada na Casa-museu, a que foi dado o seu nome.
Foi assim que me foi relatada a vida e obra do Mestre Leal da Câmara, na visita que ontem fiz à casa museu que deixou a todos os munícipes de Sintra. daqui

Sobre o Muro do Derrete , saiba mais ali

Wednesday, August 27, 2008

Rapaz do barrete verde



As Festas da Nossa Sra da Natividade são o maior acontecimento cultural da Freguesia, antes mesmo da elevação de Algueirão - Mem Martins a Freguesia em 1961.
Segundo relato feito pelo Professor Joaquim Fontes em conferência feita a pedido da comissão de melhoramentos de iniciativa da Rinchoa (26 de Setembro de 1943) ele define as Festas da seguinte forma:
' (...) A que aqui se realiza - a da Nossa Sra da Natividade - é um acontecimento local de grande importância. Caiam-se as casas, asseia-se tudo e as raparigas estreiam fatos novos. Êles querem encorporar-se todos na procissão, aonde vão com a maior compostura. São quasi todos festeiros. As oferendas de trigo, de azeite, de cêra e galinhas são frequentes. Os cargos têm grande pitoresco. Consistem êstes num certo número de bolos feitos com farinha de trigo (um alqueire ou meio alqueire, conforme a promessa), açucar, limão, canela, e pinceladas por fora a gema de ôvo. A êsses bolos dá-se o nome de fogaças. Há as redondas e elípticas, com os bordos multilobulados. Na sua face superior há um enfeite serpentifome. Esta figura ofidica representa vestígio de um culto pré-histórico, há muito perdido. O povo não sabe o que quer dizer aquele desenho.
São as fogaças colocadas numa armação de madeira a que dão o nome de cepo. Êste consta dum pau arredondado, mas de diâmetro sucessivamente maior de cima para baixo. A sua altura varia entre 0.8m e 1m. O todo assenta sobre uma base mais ou menos floreada. Aqueles têm diferentes alturas, conforme o tamanho das fogaças, que se prendem à haste vertical por um dos seus bordos, com uma fita. Sobre as rodelas de madeira colocam-se as de forma arredondada. O cepo é forrada de papel de seda, depois tudo é envolvido por largas fitas de seda, de cores variadas. Na extremidade superior espeta-se uma maçã e nesta, em forma de pendão ou bandeira o registo de Nossa Sra da Natividade. Quatro arcos de flores de papel e envolvem a maçã. O cargo tem direito a uma medalha especial.
Na manhã do primeiro domingo de Setembro, a música percorre as ruas de Mem Martins, apresenta cumprimentos ao juiz e faz a recolha dos 'cargos' que são conduzidos em procissão à capela no Rossio da Fonte. Então uma mulher transporta-os à cabeça, acompanhada por um homem, todos asseados, fazendo brilhar ao sol as medalhas dos festeiros, ricas às vezes em ornamentação.
Depois os 'cargos' são benzidos e leiloados à porta da capela as respectivas forgaças. Eu não gosto dêstes bolos mas há quem os aprecie muito. Atingem às vezes bem bom dinheiro.
É na romaria e nos bailes que se arranja namôro. Nas Mercês, é no muro do derrete, nas outras elas põe-se a um lado e eles no outro encostados ao varapau. Êle lá vê a que lhe agrada e parece que lhe será correspondido. Pisca-lhe o ôlho, a que ela corresponde com um aceno de cabeça. Assim o diz essa cantiga':

' (...) Rapaz de barrete verde
Precisa de cara partida
Por baixo da sobrancelha
Pisca o olho a rapariga (...) '

“Ama e faz o que quiseres!
Se Calares , cala por amor,
Se falares, fala por amor.”


Stº Agostinho

Monday, August 25, 2008

Na terra das Avelãs



Elas fizeram licores de Avelãs, de Pétalas de Rosa, de Framboesa, de Folha de Figueira, bolachas e salgadinhos, compotas caseiras e bolinhos de coco, enrolaram rifas, decoraram os frascos do mel, montaram a tenda e assentaram arraiais durante três dias, ali mesmo no futuro Centro de Dia.
Preparou-se a Casa dos Teares e deu-se vida ao Museu, recordando as casas antigas e os instrumentos usados outrora no dia-a-dia.
Eles trataram dos palcos, das luzes, do som, da exposição de pintura e fotografia e das barracas das bebidas. Que festa é festa e são feitas não apenas para confraternização mas também para angariação de fundos. Aqui , nesta pequena aldeia do distrito da Guarda , o que está em causa é a reconstrução da antiga casa paroquial, desabitada e abandonada há muitos anos, para que o Centro de Dia seja uma realidade e possa acolher condignamente os muitos idosos que por ali vivem. Actualmente a Associação para a Promoção Social , Cultural e Ambiental tem já uns 120 sócios e está em instalações provisórias onde serve refeições diárias, faz tratamento de roupas e limpezas a quem o solicite. Foram feitos grandes investimentos na cozinha e lavandaria ; agora, são as obras que é necessário levar a bom termo. Muitos colaboram, alguns ainda olham de lado e torcem o nariz.


A aldeia tem uns setenta habitantes permanentes, quase todos idosos a viver sós. Mas de há uns anos para cá , as famílias jovens vêm-se instalando aqui, nasceram mais crianças e quem sabe , talvez a escola abandonada possa abrir de novo.
Agora , já se pensa num projecto de Turismo Rural para recuperar as casas de granito genuíno, deixadas para trás no surto emigratório dos anos sessenta. Os “franceses” voltam em cada ano e na cidade ouve-se um misto de todas as línguas. Nas rifas, calhou à menina um pratinho decorado com conchas e búzios. O pai logo lhe disse que era para os caracóis mas a miúda não percebeu. Para os cargots, insistiu ele. Ah oui, assentiu ela e os outros presentes. Afinal, caracóis ou escargots vem tudo a dar no mesmo…

Saturday, August 9, 2008

um dia a mais que ontem


Há meses que falara naquela viagem para aquele dia. Quando era criança , o Pai deixava-a decidir o que fazer no dia dos anos, o que comer , o que vestir. Um privilégio!!

Tinha intenção de ir às Berlengas, onde não voltava desde há não sei quantos anos ... Mas a semana apresentou-se ventosa em demasia e ela sabia bem o que isso significava em termos do mar das Berlengas. Por isso optou por uma viagem mais soft e de pesquiza em pesquiza encontrou uns cruzeiros no Sado, para ver os Golfinhos. Embarcou nessa, claro!

Sairam cedo de casa, para estarem às dez horas em Setúbal. Entraram a bordo, ouviram as histórias daquelas embarcações recuperadas , que funcionam também a velas (e se fazia vento...) e zarparam mar adentro, três horas de navegação, mas de golfinhos nada de nada, foram até à ponta da Arrábida, junto ao Cabo de Ares, voltaram por Tróia, subiram o Sado mas os Golfinhos andavam por oputras paragens.

A saida do barco, visitaram as tasquinhas junto ao cais e regalaram-se com uma dourada escalada, grelhada na brasa, ali mesmo.




Depois, rumaram à Arrábida e aventuraram-se a descer atá aos Galapinhos, para esmoer o almoço, seguindo o exemplo de uma outra senhora com mais de 100 kilos (seguramente) que não teve a mínima dúvida em descer aquele autentico carreiro de cabras... Mas o paraíso esperava-os lá em baixo, uma água límpida sem ondulação, uma praia semi~deserta sem gritarias nem farnéis com garrafão de tinto...
Regressados a casa , houve tempo para um duche rápido e mudança de roupagens que o dia era para ser comemorado, já que só se muda de década de dez em dez anos. Atravessaram Sintra -está bem de ver - e rumaram em direcção a Colares. Pararam um pouco antes e entraram numa outra Adega, onde a comida estava deliciosa regada com uma bela duma sangria de champagne. Dias não são dias e há que comemorá-los , para mais tarde recordar ...

Thursday, August 7, 2008

Jogos Olimpicos


Acenda uma vela pelo Tibet!
Na noite de 07 de agosto,
véspera da abertura dos Jogos Olímpicos,
junto à janela de sua casa, no trabalho ou em local público,
às 21:00 horas...
(Mas faça isso com segurança para não provocar nenhum acidente!)
Convide a sua lista! Mais de 100 milhões no mundo acenderão!http://www.candle4tibet.org/pt/* * * * * * *
Abaixo-assinado pela Libertação e o Fim da Violência no Tibet
(Fotos do Levante Internacional)

Sunday, August 3, 2008

A Avidez

É o desejo de ter tudo o que os outros têm. A avidez tenta imiscuir-se naquilo que não pode ter, nem tem direito a ter. A avidez é diferente da ambição pois não tem um plano, mas acusa falta de bom senso no seu desejo de obter. A energia de pensamento fica facilmente poluída pela avidez e pode facilmente ser transmitida a outras pessoas, fazendo-as sofrer.
Christopher Hansard- A Arte Tibetana do Pensamento Positivo

Curar a Avidez

Esta meditação muito simples vai curar os efeitos da avidez que possa sentir ou receber de um inimigo. Faça-o todas as manhãs, durante dez minutos, até sentir ou ver uma mudança.

Sente-se calmamente. Feche os olhos. Focalize a sua concentração na coroa da sua cabeça e imagine que uma fonte borbulhante está aí situada, fazendo as suas águas correr ao longo do seu corpo, em cascata, limpando-o dessa energia de pensamento e purificando-o. A água que emana desta fonte não é uma água normal, mas uma luz fluida e vivida, cintilando translúcida e clara, de cor prateada. À medida que esta água corre sobre si, o som que produz assemelha-se ao suave murmúrio do vento.

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Somos muitas vezes confrontados com este tipo de pessoas que apenas e só querem aquilo que nós temos, aquilo que nós fazemos, o que comemos ou compramos. Queriam ser como nós somos, fazer as férias que nós fazemos (ou não), ter o nosso trabalho, os nossos maridos , os nossos filhos, as nossas cortinas, a nossa casa, o nosso estilo de vida, o nosso cão, o gato, o corte de cabelo, as nossas unhas...

Tropeçamos nelas a toda a hora e por vezes incomodam-nos, conseguem alvejar-nos com os seus pensamentos poluídos, seja em tempo de férias, seja em tempo de trabalho. Desse tipo de gentinha ponho-me à distância mas, por eles, não deixarei de praticar este exercicio de longo alcance! E voltarei ao tema , com outros contornos...