Elas fizeram licores de Avelãs, de Pétalas de Rosa, de Framboesa, de Folha de Figueira, bolachas e salgadinhos, compotas caseiras e bolinhos de coco, enrolaram rifas, decoraram os frascos do mel, montaram a tenda e assentaram arraiais durante três dias, ali mesmo no futuro Centro de Dia.
Preparou-se a Casa dos Teares e deu-se vida ao Museu, recordando as casas antigas e os instrumentos usados outrora no dia-a-dia.
Eles trataram dos palcos, das luzes, do som, da exposição de pintura e fotografia e das barracas das bebidas. Que festa é festa e são feitas não apenas para confraternização mas também para angariação de fundos. Aqui , nesta pequena aldeia do distrito da Guarda , o que está em causa é a reconstrução da antiga casa paroquial, desabitada e abandonada há muitos anos, para que o Centro de Dia seja uma realidade e possa acolher condignamente os muitos idosos que por ali vivem. Actualmente a Associação para a Promoção Social , Cultural e Ambiental tem já uns 120 sócios e está em instalações provisórias onde serve refeições diárias, faz tratamento de roupas e limpezas a quem o solicite. Foram feitos grandes investimentos na cozinha e lavandaria ; agora, são as obras que é necessário levar a bom termo. Muitos colaboram, alguns ainda olham de lado e torcem o nariz.
A aldeia tem uns setenta habitantes permanentes, quase todos idosos a viver sós. Mas de há uns anos para cá , as famílias jovens vêm-se instalando aqui, nasceram mais crianças e quem sabe , talvez a escola abandonada possa abrir de novo.
Agora , já se pensa num projecto de Turismo Rural para recuperar as casas de granito genuíno, deixadas para trás no surto emigratório dos anos sessenta. Os “franceses” voltam em cada ano e na cidade ouve-se um misto de todas as línguas. Nas rifas, calhou à menina um pratinho decorado com conchas e búzios. O pai logo lhe disse que era para os caracóis mas a miúda não percebeu. Para os cargots, insistiu ele. Ah oui, assentiu ela e os outros presentes. Afinal, caracóis ou escargots vem tudo a dar no mesmo…
Eles trataram dos palcos, das luzes, do som, da exposição de pintura e fotografia e das barracas das bebidas. Que festa é festa e são feitas não apenas para confraternização mas também para angariação de fundos. Aqui , nesta pequena aldeia do distrito da Guarda , o que está em causa é a reconstrução da antiga casa paroquial, desabitada e abandonada há muitos anos, para que o Centro de Dia seja uma realidade e possa acolher condignamente os muitos idosos que por ali vivem. Actualmente a Associação para a Promoção Social , Cultural e Ambiental tem já uns 120 sócios e está em instalações provisórias onde serve refeições diárias, faz tratamento de roupas e limpezas a quem o solicite. Foram feitos grandes investimentos na cozinha e lavandaria ; agora, são as obras que é necessário levar a bom termo. Muitos colaboram, alguns ainda olham de lado e torcem o nariz.
A aldeia tem uns setenta habitantes permanentes, quase todos idosos a viver sós. Mas de há uns anos para cá , as famílias jovens vêm-se instalando aqui, nasceram mais crianças e quem sabe , talvez a escola abandonada possa abrir de novo.
Agora , já se pensa num projecto de Turismo Rural para recuperar as casas de granito genuíno, deixadas para trás no surto emigratório dos anos sessenta. Os “franceses” voltam em cada ano e na cidade ouve-se um misto de todas as línguas. Nas rifas, calhou à menina um pratinho decorado com conchas e búzios. O pai logo lhe disse que era para os caracóis mas a miúda não percebeu. Para os cargots, insistiu ele. Ah oui, assentiu ela e os outros presentes. Afinal, caracóis ou escargots vem tudo a dar no mesmo…
15 comments:
"Elas fizeram licores de Avelãs, de Pétalas de Rosa, de Framboesa, de Folha de Figueira, bolachas e salgadinhos, compotas caseiras e bolinhos de coco, enrolaram rifas, decoraram os frascos do mel, montaram a tenda e assentaram arraiais durante três dias, ali mesmo no futuro Centro de Dia."
Deixou-me água na boca, sob todos os aspectos. Um excelente texto que adorei ler.
Um abraço e boa semana ;))
Projecto lindo, que com a força colectiva está a passar de sonho a realidade.
Reconcilia-me com a vida feia que anda à nossa volta, estes gestos comuns de futuro, esperança e boa vontade.
Tenho a certeza que vão conseguir o que querem:))
Um projecto qe começou a andar e que está cheio de força para vencer. Os mais cépticos acabarão por aderir. É sempre assim. As fotografias estão lindas.
Beijinhos
Bem hajas!
Não desistir é o caminho! Memso que hajam os "narizes de infundice" como dizia minha avó.
Agora, caracóis ou escargots, não são a minha praia.
beijinhos avelaneiros
bonita história a desta aldeia...talvez a tenhas contado com tanto amor e emoção que sentimos algo com vida e veio-me uma vontade enorme de ir visitá-la: sou assim.
bjs
São indispens´´aveis e urgentes muitos destes projectos, para que não se deixe morrer muito do nosso património cultural.
No próximo dia 15 de Setembro, realiza-se uma blogagem colectiva subordinada ao tema “JUSTIÇA PARA FLAVIA”.
A Flavia é uma jovem, que há mais de dez anos vive em coma, após os seus cabelos terem sido sugados pelo ralo de uma piscina, com um poder de bombagem absurdamente superdimensionado.
A sua mãe, Odele Souza, desenvolve, há longos anos, uma luta, nos tribunais brasileiros, em prol de uma condenação dos responsáveis pelo acidente e pela atribuição de um indemnização justa, que lhe permita continuar a tratar da filha com a dignidade e a qualidade minimamente exigidas.
Deixo aqui um apelo à participação nesse movimento solidário que se expressará no próximo dia 15 de Setembro.
Para já, pede-se a adesão dos blogonautas, através da afixação no seu blog de um selo alusivo e, depois, no dia marcado, pela publicação de um post sobre o tema.
Este selo e mais pormenores poderão ser obtidos no blog de Flavia:
http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/
Voltei para falar das minhas gentes, da minha terra, das memórias vivas e reais que perduram na minha alma e no meu coração.
Beijinhos
menina marota
estes projectos são de incentivar para não deixar morrer as nossas aldeias tão abandonadas e outrora tão sofridas !!
justine
claro que vamos conseguir!!!
o projecto tem pernas para andar e o essencial está quase feito; há quem esteja já a trabalhar nos painéis solares e na instalação de produção de energia eléctrica, tudo em voluntariado....
sophia
os cépticos são sempre cépticos; são pessoas habituadas à dureza dos tempos antigos em que a sobrevivencia era dificil, o clima agreste , as estradas e a luz e a água não chegavam até lá ...
pitanga
claro que não desistiremos , o mais dificil está implementado!
(este ano quase não há avelãs , nem amendoas nem nozes...
violeta
serás sempre bem vinda !!
peciscas
conta comigo para estes projectos e para o teu
alfazema
ainda bem que voltáste, como dizia o Sérgio (ou o Zé Mário?)
gosto das tuas histórias !!
Notícias belíssimas, contrariando as mortandades e tiroteios. Para que se viva a vida, ainda e com força. Gostei de ler, muito!
Bjinho
(a Luvaria é a Ulisses e está na Wikipédia!! eu é a só a conheci agora..., as minhas curiosidades "relativas"!)
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