há meses que aquela ideia me infectava os neurónios - um qualquer cachorro que precisava de ajuda... Prescrutava os caminhos , as estradas, olhava pela rua, pelo mato, para alguma casa abandonada... Via-o como um pequeno cachorro, um cão bebé , sozinho abandonado.
Há meses que esta ideia se entranhava em mim e me fazia olhar à volta, ir ver melhor uma sombra ou um papel amarfanhado, escutar um gemido , pensando sempre no tal cachorro..
A resposta chegou, finalmente. Através de um blog que trazia um link para outro site e ELE lá estava.
Foi deixado na Clinica Veterinária onde o dono o pretendia abater com três meses, porque tinha alguns problemas de visão e incontinencia. A veterinária não consentiu e o menino ficou nas instalações do hospital, confinado a uma box, passeado sempre que possivel por mãos amigas, à espera de novos donos . Decorreram mais três meses ...
Fui vê-lo. Não resisti aos seus encantos mas um cão não é chegar e trazer, como um molho de salsa ou um kilo de batatas para a panela. Falei com a médica. Ponderei o caso. Ele e o meu cão vão ser apresentados na próxima sexta-feira e muito provavelmente ele conhecerá uma vida nova a partir daí. E creio que muito amor e carinho resolverão o quadro clinico que tem afectado o Pingo. Torçam por ele!