Sunday, July 29, 2012

um domingo assim...

seria um domingo como outro qualquer, arrumações,limpesas, tratar das roupas e das flores e...passear os cães antes da hora do almoço. Dei a volta do costume, não encontrei nenhum colega, já tinha estado com  o Tobias e o dono logo de manhã cedo, que quem tem cães não acorda tarde. Já no regresso , fiz o resto da minha rua que desemboca numa praceta sem saída e sem carros, o que é óptimo para os quatro patas. Maria e Browny iam felizes, cheirando aqui e acolá, deixando a marca por onde bem entendiam . tão atentos na sua caminhada nem deram conta de uma coisita cinzenta que se mexia em direcção a mim e começou a trepar pelas minhas calças acima. Peguei-lhe ao colo e ficou logo a fazer ronron. O pelo era enorme mas por baixo apenas se sentiam os ossitos ainda tenros... Era um gato persa com 2/3 meses, que saía do meio do mato, abandonado decerto pela familia que foi de férias.
olhou-me com ar doce, como os gatos bem sabem fazer quando querem, e aconchegou-se na minha mão, uns bigodes maiores que ele!
Bati na porta do sr Zé que tem não sei quantos gatos em casa e mais um menos um ...
Mas ninguém abriu e fui para casa. Telefonei à Elsa que adora gatos : "Então, eu não posso ficar com mais nenhum e esse vai-se dar bem com os cães, vai ver, é uma benção"...
Abençoado ou não , fiquei com ele. Já comeu e bebeu muita água, soube ir ao caixote e andou pelo páteo a passar a ronda aos locais. A Maria aproveitou para fazer a sesta na cama nova do gato e o gato foi para a casota da Maria. O Browny não se meteu no assunto e veio para dentro , todo delicadezas com o novo inquilino. um domingo a modos que assim, em que pelo menos aconteceu algo e um animalzinho abandonado pode encontrar novos donos que nunca o deitarão para a valeta...

Tuesday, July 24, 2012

Friday, July 20, 2012

Wednesday, July 18, 2012

Monday, July 16, 2012

violencia doméstica

São pretos, brancos, arianos , de sangue azul ou vira-latas, chineses , romenos ou ciganos, da cidade ou da aldeia: são violentos e gostam da violencia e da agressão. Começam em geral, de pequenos e com animais, cães e gatos ou quaisquer outros.  


  Depois, ao longo dos anos vão aprimorando a técnica e incidem no sexo oposto ou nas crianças. Muitas vezes saem impunes dos crimes que cometem, os parceiros calam  e consentem e raramente denunciam a situação.
Recentemente, vieram a público mais alguns destes tristemente mediáticos casos. Foram julgados e condenados os agressores, com pena de prisão.
A imprensa e a s tv's congratularam-se com a decisão judicial, as agredidas também.

Mas ninguém fala em ( re)educação, em acompanhamento psicológico, psiquiatrico. Aplica-se a multa, a taxa de justiça, a sentença que proibe o culpado de visitar os locais, passa uns tempos na prisão e sai tal como entrou, ou pior , talvez...
Ninguém fala, em abordar o tema nas escolas, em casa, nas familias, para que as crianças de hoje não venham a ser os agressores de amanhã. Até quando?

Tuesday, July 10, 2012

Lisboa revisitada

Com ou sem Eça, queirosianos ou não, vale a pena revisitar Lisboa, de noite ou dia.
No São CArlos , há Festival Ao Largo e a Carmen , agora transformada em bailado pela mão de Saura, levou-nos até lá. Muita gente, muito trânsito, muita côr e muita música. Vale a pena pelos sons, pelo movimento , pelo bulício.
Um pouco mais abaixo, um saxofone entoava Zeca Afonso, perto do Largo do Carmo por onde deambulámos a pé, a Brasileira estava cheia, lá dentro e cá fora na esplanada. Em tempos , ia lá todas as manhãs, quando saía das aulas; a Bertrand era também paragem obrigatória. Por vezes , desciamos a Rua do Alecrim, tal como hoje, para irmos até à Ribeira das Naus e chegarmos ao Terreiro do Paço.

Não foi o caso, nesta noite. Ficámo-nos pelo Largo de Camões, onde os CTT se mantém , os restaurantes são os mesmos e apenas o  Universal de que Eça já falava, foi renovado e é agora um Hotel de Luxo para turistas que apreciem o coração de Lisboa antiga.

Este foi um percurso por uma Lisboa noturna, movimentada, tal como sempre a conheci, sem atropelos nem exageros, sem criminalidade nem desvarios, alguma policia presente.
Por tudo isso , continuo a gostar de Lisboa, esta Lisboa que eu amo, esta Lisboa onde nasci.

Monday, July 2, 2012

Aterro - Av 24 de Julho

Estava uma noite áspera, um pouco lúgubre, com grossas nuvens errantes, entre as quais , às vezes aparecia a lividez da lua.As rajadas uivadas deram-lhe então um arrepio à alma; as casas estavam fechadas: as lanternas de gás tinham oscilações aterradas e errou com uma sensação de desgraças fatais e de mistérios homicidas. Foi passear para o Aterro: o mar batia tristemente contra os cais e, na extensão saturada de água, tremulavam luzes acanhadas de barcos que, às vezes, no súbito clarão de um luar gelado, desenhavam mastreações espectrais.
 A Tragédia da Rua das Flores - Eça de Queirós



O «ATERRO» está simultâneamente ligado ao «PORTO DE LISBOA».

Com a construção do «Porto de Lisboa» reconhecia-se a necessidade de obviar as medidas sanitárias nas margens do rio TEJO, bem assim como a inevitável expansão urbanística, condicionada pela realização do «ATERRO» (ver mais aqui) na zona com a designação muito frequente usada na época de: «ATERRO DA BOAVISTA».

Com o fim de acabar de vez com a verdadeira lixeira que nesta zona existia, e pensando já numa ordenação costeira na margem direita do rio, tendo em vista uma futura zona portuária, procedeu-se à construção de um «ATERRO» entre o «CAIS DO SODRÉ» e «ALCÂNTARA».

Em 1907 depois de grande parte do porto se encontrar já concluído, passou toda a administração directamente para o ESTADO, através da «ADMINISTRAÇÃO GERAL DO PORTO DE LISBOA» até aos dias de hoje.

No ano de 1855 a praia da «BOAVISTA» começou gradualmente a ver o seu areal substituído por terra. Em 1858 todo este aterro alterava entre o «FORTE DE S. PAULO» (hoje Praça de D. Luís) e a praia de «SANTOS», que babujava o antigo PAÇO REAL «PALÁCIO DOS MARQUESES DE ABRANTES».

Em 1858-1859 abriam-se ruas ou boqueirões transversais e construía-se a «RAMPA DE SANTOS».

Teve a «CÂMARA» necessidade de expropriar nesta zona; a casa de «ABRANTES» e a de «ASSECA», para finalmente poder rasgar a «RUA 24 DE JULHO».

Data precisamente de 1860 a muralha de «SANTOS».

Embora a lentidão da obra fosse uma constante, sabe-se que em 1865 o «ATERRO» estava concluído até à «RIBEIRA NOVA», e em 1867 até ao «ARSENAL DA MARINHA», já com muralha.

Podemos datar com pouca margem de erro, o ano de 1867 como data provável na conclusão do «ATERRO».

Foi denominada «RUA 24 DE JULHO» (1878) à parte do ATERRO ocidental construída no prolongamento daquela rua, que começava na «PRAÇA DE D. LUÍS» e terminava no caneiro de «ALCÂNTARA». No ano de 1928 foi convertida a «AVENIDA».
daqui