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A origem das rendas não é consensual. A teoria mais aceite, formulada por vários estudiosos, é a de que são oriundas do oriente (da China ou da Índia), tendo chegado a Portugal através da Itália.
Na Europa tiveram época áurea as de Milão e de Bruges, chegando os padres a encomendá-las para os seus trajes e as noivas para os seus vestidos. Em Portugal as rendas flamengas estiveram muito em voga no tempo de D.João V.
Daqui, esta forma de artesanato passou à Madeira e aos Açores, e foi pelas mulheres portuguesas que chegou ao Brasil, onde é praticada principalmente no Nordeste.
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Os fios são manejados por meio de bilros, que são pequenas peças de madeira torneada. Numa das extremidades de cada bilro está enrolado o fio, enquanto que a outra extremidade tem a forma de esfera ou de pêra, conforme o uso na região. Os bilros são manejados aos pares pela rendilheira que, habilmente, imprimindo um movimento rotativo e alternado a cada um dos bilros, e orientando-se sempre pelos alfinetes, vai-os mudando à medida de o trabalho progride. O número de bilros utilizado varia conforme a complexidade do desenho, havendo trabalhos em que são empregues 14, 18, ou mesmo mais de vinte pares de bilros.
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Rendas de Peniche
Tecidas cuidadosamente pelas mãos das mulheres penichenses, as Rendas de Bilros escondem uma técnica secular de origens misteriosas.
Dividida em rendas eruditas (desenho e técnica) e rendas populares (renda antiga), a renda de bilros de Peniche tem um pormenor que as distingue de outras produzidas em Portugal: o processo de urdidura. As rendilheiras de Peniche trabalham com as palmas das mãos voltadas para cima. Outro pormenor característico é o facto de, nestas rendas, não se distinguir o direito do avesso.
Tecidas cuidadosamente pelas mãos das mulheres penichenses, as Rendas de Bilros escondem uma técnica secular de origens misteriosas.
Dividida em rendas eruditas (desenho e técnica) e rendas populares (renda antiga), a renda de bilros de Peniche tem um pormenor que as distingue de outras produzidas em Portugal: o processo de urdidura. As rendilheiras de Peniche trabalham com as palmas das mãos voltadas para cima. Outro pormenor característico é o facto de, nestas rendas, não se distinguir o direito do avesso.
A minha Avó Angélica fazia rendas de bilros, sua mãe também. Nascidas na zona e com uma madrinha em Peniche cedo aprenderam a técnica que dominavam na perfeição. Em pequena , comecei a aprender e a Avó até mandou fazer uma almofada de dimensões reduzidas para as netas trabalharem . Há tempos atrás, quiz recomeçar e fui muitas tardes até um local perto de Peniche para reaprender , mas é longe e a minha vida profissional não o permite. Assim, fica-me a esperança de um dia encontrar alguém aqui por perto. Fica-me a angústia de não saber fazer!
1 comment:
Que engraçado vires falar nas renda de bilros:)) Eu tinha uma tia que fazia esta renda, e eu ainda guardo a almofada onde ela espetava os alfinetes e onde a renda ia aparecendo...
Abraço
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