Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...Nem buganvílias vermelhas,nem vestidinhos de folhos,nem brincadeiras de guizos,nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.
Mãe-Negra tem voz de vento,voz de silêncio batendo nas folhas do cajueiro.. .
Tem voz de noite, descendo,de mansinho, pela estrada...
Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...
Mãe-Negra não sabe nada...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...É que os meninos cresceram,
e esqueceram
as histórias
que costumavas contar...
Muitos partiram pra longe, quem sabe se hão-de voltar!...
Só tu ficaste esperando, mãos cruzadas no regaço, bem quieta bem calada.
É a tua a voz deste vento, desta saudade descendo, de mansinho pela estrada...
ALDA LARA -
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7 comments:
Que beleza... e o poema Mãe Negra... é de uma ternura total!
Gande poetisa, Alda Lara. Merece todas as flores vermelhas de dor, de raiva, de amor, de alegria!
mfc
é uma beleza mas muitos não o entendem ...
justine
é altura de cultivarmos flores vermelhas. DE AMOR!
Dupla beleza. Mãe negra e fotografias. E terno, muito terno.
Adoro esse poema, bem escolhidas as imagens!
Bjs
Um poema escrito com o coração!
Saudações poéticas!
Bjsssss
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