Monday, July 27, 2009

quinta da regaleira




Indescritivel ! Vale a pena a visita, vale a pena voltar e voltar e voltar, de tanto que há para ver, para consultar , para meditar. No Verão ou no Inverno, com amigos ou sem eles, trazendo um livro ou ficando simplesmente a contemplar os pormenores, o arvoredo, o pato solitário ou os gatos. Subindo à mais alta torre ou descendo às profundezas do Poço Iniciático , trinta metros abaixo do solo e percorrendo os túneis que vão sair aos jardins....
Não deixe de ir .
Os municipes têm desconto de 50%, aqui e em qualquer visita a monumentos de Sintra (leve o seu BI ou Cartão de Eleitor).


Saturday, July 18, 2009

descalça na praia

Manhã cedo , saiu de casa. Sozinha. Foi direita à praia. Gostava de andar pela areia , de se sentar nas rochas a ler ou a olhar o mar, de mergulhar as pernas dentro da água.



A maré estava a encher , as ondas vinham de quando em quando, ela sentada no degrau, saboreando o prazer do sol e do mar . O sol estava quente e um mergulho sabia bem . A onda veio mais forte do que ela contava , caiu contra as rochas e só viu os seus chinelos a desaparecerem mar adentro, ninguém por perto...
Os da Maré Viva apareceram para lhe perguntar se estava bem e para lhe tratarem o joelho que sangrava - nada de grave .
E os sapatos ? os meus chinelos , como vou daqui para casa sem os chinelos ?
Fez o paredão a pé, descalça, atravessou a estrada , direita à Papelaria que ficava ao lado do Mercado. Na rua , as pessoas olhavam-na com surpresa...
Lembrou-se dos tempos em que ia para o Baleal , onde toda a gente anda descalça até à hora de jantar, lembrou-se dos chinelos que os meninos usam em África e lembrou que por vezes aquelas revistas da treta oferecem um par de chinelos na compra do exemplar...
E assim foi : entrou na loja descalça, perguntou se havia uns quaisquer chinelos e logo lhe trouxeram uns da caras por 2,90€, à conta para pagar com o dinheiro que sobrara do café e da empada, que para a praia não se leva dinheiro nem cartões ...
Apesar de detestar chinelos de enfiar no dedo , agradeceu ao Universo a tranquilidade de não ter de vir descalça para casa !!

Thursday, July 16, 2009

Joaninha voa voa


De repente, pôs os olhos no chão para confirmar o que estava a ver... um pequenino ser vermelho com pintas pretas nas costas : como era possivel, num sanitário da Gare do Oriente, entre blocos de cimento , ali estava uma joaninha!

Quando era miúda , apareciam por todo o lado, num qualquer jardim ...mas hoje em dia ...



então, pegou nela cuidadosamente, embrulhou-a num lenço de papel e levou-a para a rua .
Não a quiz deixar logo ali, fez alguns klm de carro e depois , quando viu um local bonito , cheio de árvores e flores , sacudiu o lenço pela janela do carro e a joaninha encontrou um novo poiso, para se abrigar.
Dizem que as joaninhas trazem bons augúrios. Oxalá, - pensou ela , sorrindo.

Friday, July 3, 2009

A Maçã




2009/7/1, Sónia Brito <sonia.brito@animaisderua.org>: A Maçã é uma cadela que a Sofia e eu apanhámos na Praia das Maçãs, após um pedido de socorro de alguém que não ficou indiferente, mas que também acabou por virar as costas à Maçã e à AdR, deixando-nos com uma conta de veterinário bastante elevada. Muitas seriam as esterilizações que podíamos ter feito com este dinheiro, o que é lamentável, mas temos que pensar que serviu de lição!


Adiante... A Maçã foi internada com uma brutal infecção na pele.Cada ferida era uma postula de pus e, após raparmos o pêlo denso, característico dos Huskies, constatámos que todo o corpo era quase uma inteira chaga ambulante. :(Foram-lhe administradas doses cavalares de antibiótico e fez igualmente anti-inflamatório e analgésicos, pois esta desgraçada gemia que dava dó! :(O diagnóstico era uma Piodermatite num estado muito grave e avançado. Uma alergia à picada da pulga levada ao extremo!O teste da Leishmaniose negativo veio comprovar a falta de outros sintomas, uma vez que a Maçã foi capturada até bem gordinha e de unhas curtas.Começou a fazer banhos diários e imagino o que deve ter sofrido...Depois passou a dia sim, dia não.Agora já só faz a manutenção com betadine das partes mais afectadas, pois já não parece a mesma, felizmente!! A Maçã é uma cadela que não demonstra qualquer interesse no ser humano. Não é minimamente agressiva, mas também nunca a vi abanar a cauda ou a pedir/gostar de um mimo.No entanto, precisa do ser humano para sobreviver!Não só para ser alimentada, claro, como também para ser externamente desparasitada, sempre! Senão vai voltar ao estado antigo, mais tarde ou mais cedo. E este testamento todo para vos apelar se conhecerão alguma FAT, um possível dono, quem sabe. Alguém com espaço, com uma quinta, onde ela possa fazer a vida que fez nos últimos 5 anos, passear por espaço livre...Porque a Maçã em breve só precisará de ração, água e desparasitante externo!E quem sabe não aprenderá que o ser humano não é todo igual! E revelar então que sabe retribuir carinho a quem cuidar dela! Deixo-vos o apelo inicial da Maçã, para verem ao que pode chegar a indiferença humana...Esta cadela deambulou 5 anos na Praia das Maçãs, é conhecida por muitos e alimentada por alguns, e não ficou assim de um dia para o outro, com toda a certeza!!! Por favor, divulguem! Ajudem a dar uma oportunidade à Maçã!A AdR não pode continuar a suportar despesas de internamento, por isso, no próximo Sábado terá alta e eu e a Sofia vamos ficar com um grande problema às costas!! Obrigada pela vossa atenção e ajuda! Sónia BritoAnimais de Ruahttp://www.animaisderua.org/
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Ana Mota SAIBA MAIS SOBRE A MAÇÃ basta clikar

Wednesday, July 1, 2009

Le café du matin





Jacques Prévert

CAFÉ DA MANHÃ Tradução: Silviano Santiago


Pôs café na xícara


Pôs leite na xícara com café


Pôs açúcar no café com leite


Com a colherzinha mexeu


Bebeu o café com leite


E pôs a xícara no pires


Sem me falar acendeu um cigarro


Fez círculos com a fumaça


Pôs as cinzas no cinzeiro


Sem me falar


Sem me olhar


Levantou-se


Pôs o chapéu na cabeça


Vestiu


a capa de chuva porque chovia


E saiu debaixo de chuva


Sem uma palavra


Sem me olhar


Quanto a mim pus a cabeça entre as mãos


E chorei.



DÉJEUNER DU MATIN


Il a mis le café


Dans la tasse


Il a mis le lait


Dans la tasse de café


Il a mis le sucre


Dans le café au lait


Avec le petit cuiller


Il a tourné


Il a bu le café au lait


Et il a reposé la tasse


Sans me parler


Il a alumé


Une cigarrette


Il a fait des ronds


Avec la fumée


Il a mis des cendres


Dans le cendrier


Sans me parler


Sans me regarder


Il s'est levé


Il a mis


Son chapeau sur la tête


Il a mis


Son manteau de pluie


Parce qu'il pleuvait


Il est parti


Sous la pluie


Sans une parole


Sans me regarder


Et moi j'ai pris


Ma tête dans ma main


Et j'ai pleuré.

A Mascara de Veneza








Todo o objecto que se coloca em frente à face, escondendo-a, em vários contextos, como, por exemplo, no Carnaval e em certas obras teatrais. Para muitos povos, as máscaras são consideradas objectos mágicos, dando aos seus utilizadores poderes especiais. As máscaras são ainda usadas em todo o tipo de rituais iniciáticos e outros, possuindo um simbolismo muito complexo, diferente de sociedade para sociedade. As máscaras fúnebres, usadas em muitas civilizações em pessoas normalmente de certa importância, pretendem conservar a imagem do defunto, representando uma certa ideia de permanência. À máscara associa-se normalmente esta ideia de permanência, mas também de esconderijo da pessoa e de identificação com aquilo que pretende representar, sendo esta última ideia a que subjaz à máscara teatral.
Na literatura em geral, a máscara, para além de tema de variados contos, romances e peças, é usada como símbolo da assumpção duma identidade diferente da original ou como símbolo do esconder dessa mesma identidade (lembremo-nos apenas das máscaras dos super-heróis da banda desenhada, que não só assumem uma identidade diferente usando máscaras, como escondem a anterior, mantendo-as separadas). Aliás, as palavras pessoa e personagem têm como base a palavra persona, máscara em grego. O termo persona designa hoje, tecnicamente, a personagem criada pelo autor para a criação poética e para as narrativas na primeira pessoa, lembrando que o autor no texto é sempre uma máscara, uma criação, mesmo quando o autor pretende identificar o narrador consigo próprio. Qualquer personagem numa obra é sempre descendente da máscara grega, é sempre uma construção duma identidade outra.
daqui






Amélia foi a Veneza e trouxe-lhe de presente uma Máscara de porcelana, típica daquela zona.



A quem serviria a Máscara ? Quem usa , afinal, a Máscara?