Tuesday, August 18, 2009

Baile na Aldeia

O dia amanheceu quente, muito quente! Apesar disso, todos se atarefaram a dar os últimos retoques nos altares da Igreja, vestiram o seu melhor fato e pelas 11 horas reuniram-se na Amoreira , junto ao Adro , alguns não se viam desde a festa do ano passado, muitos deles emigrados em França ou na Suiça. A Igreja de Nossa Sra da Conceição , padroeira da aldeia, é do Sec XVIII e merece uma visita, toda construida pelos habitantes de então
As familias cresceram, os meninos também e alguns mais velhos deixaram de estar na nossa companhia - são as conversas que se ouvem à saída da missa de Domingo, para onde quase todos convergem. Ainda é cedo para o almoço e há tempo para beber um copo com os amigos e vizinhos.




A aldeia é pequena , agora com uns 70 habitantes apenas, mas as familias são grandes e nestas alturas todos vêm até cá. Algumas casas estão ainda em bom estado de conservação, como esta que guarda um dos dois teares que ainda existem, mas a tecedeira hoje não vem fazer as suas mantas tradicionais.




outras casas ou "lojas" estão em ruinas; outras foram reconstruidas e recuperadas....





o Chão da Lage tem novo dono, filho do antigo proprietário; por lá colhe as uvas , as maçãs, os figos, as amendoas, os pessegos e este ano até tirou mel da colmeia...


Este ano, os voluntários do costume montaram o palco mas a tradicional caminhada não se realizou




nem se montou a barraca das vendas de produtos locais , todos eles confeccionados com o esforço e imaginação de quem se entrega totalmente àquele trabalho





doces , licores, mel, mantas tradicionais feitas em tear artesanal, bolinhos e bola de carnes cozida em forno de lenha não costumam faltar , para delicia dos visitantes




sabonetes decorativos e bem cheirosos ou tabuleiros decorados a preceito também fazem parte


os meninos curiosos aparecem sempre e não faltam para o churrasco , oferecido a todos os visitantes ao fim da tarde



e depois foi aproveitar a noite que estava excelente e ver novos e velhos em amena cavaqueira ou a dar um pé de dança ao som da música que os Part-Time entoavam
do cimo do palco - marchas, valsas, tangos, salsas, kizombas, sambas e tantas outras animaram o pessoal que não arredou pé, mantendo o ritmo e a frescura ao sabor de umas quantas caipirinhas .
Viva o Verão e o abençoado convivio destes encontros nas nossas pequenas aldeias desertificadas, onde o tempo é marcado por mais uma Festa , mais umas vacanças, mais um luto ou mais um nascimento. E este ano , havia muitas caritas novas a dançar e brincar até às tantas !

10 comments:

Violeta said...

Fiquei com curiosidade de conhecer esta aldeia.
Sabonetes, licores e bordados assemelham-se a alguns que conheço...
bjs e que as tradições não se percam.

Justine said...

Aí, como aqui:)) Só que a tua igreja é mais bonita e a tua aldeia mais tradicional. Mas os festejos são tão semelhantes, e ainda bem que se mantêm!

greentea said...

violeta
vale a pena conhecer aaldeia!

aliás o que eu gostaria para um futuro próximo era de ter por lá um espaço de turismo rural, um campo de flores terapeuticas , muitos chás de ervas, mel sem aditivos nem conservantes e muitos produtos tradicionais para manter bem viva a identidade daqueles locais

Pitanga Doce said...

Sei bem aonde fica esta aldeia. E esta "carita nova" que aí aparece foi vestido a Porto ou o que?? hehehe


PS: Quem sabe no próximo Verão, que não está tão próximo assim!

greentea said...

justine

a Igreja é muito bonita mas muito antiga e precisa de ser restaurada , já se começou mas há ainda muito a fazer e o tecto que é todo pintado à mão precisa de ser substituido :
a aldeia é tradicional, antiga, com casas de granito genuino que não sei como foi possivel fazernaqueles tempos; hoje só é possivel reconstruir , não se constroi de raiz; as pessoas e as familias são muito ligadas e embora eu não seja de lá (sou bem alfacinha), sou apenas uma "enteada" mas com laços muito fortes à terrinha.
os festejos são semelhantes nestas terrinhas todas, mas olha para mim citadina dá-me gozo andar naqueles meandros, viver de outra forma o dia a dia , dançar no empedrado da rua, em pleno largo e quase voar no ar ao ritmo dos sons que ecoam pela serra fora.

greentea said...

Pitanga

a carita está casualmente vestida de azul mas diz-se verde, como o padrinho e o primo da mesma idade, apesar de o pai ser vermelho...
pois , foi pena não apareceres por lá para trazeres lima para as caipirinhas mas mesmo assim a caçhaça não ficou nas garrafas - marchou tudo , apesar do toque diferente!!

Era uma vez um Girassol said...

E viva a festa nas aldeias portuguesas neste verão!!!
Gostei da reportagem!!!
Beijinho para ti, amiga!

greentea said...

viva girasol

por onde tens andado ?

tb foste para a festa das aldeias ??

Maria said...

Um dia destes passeio-me por aí, com tempo!
Lá mais pra Novembro, que agora não se pode, há muito trabalho...
... mas sabes que adoro essas casas de pedra!

Maria Clarinda said...

Obrigada pela partilha, fica sempre o bichinho de querer conhecer!!!Jhs mil